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domingo, 29 de junho de 2014

Refletindo sobre o aprendizado.



Olá pessoal, tudo bem?!



Eu gostaria de discutir algumas ideias legais que eu tenho e que graças à Deus eu aprendi durante os meus estudos e observações.



Às vezes eu fico viajando tentando descobrir um jeito de facilitar o estudo e acelerar o aprendizado meu e também de vocês que estão aprendendo uma nova língua, independente de ser o japonês ou outro idioma que vocês gostem.



A dificuldade de se aprender um novo idioma é parecida com a dificuldade de se decifrar um código. Imaginem um código numérico que possui padrões mas que vocês ainda não descobriram quais são, estes padrões indicam a maneira como o código se comporta e permite que vocês possam até “chutar” uma possível sequência para ele (o código). Desta mesma maneira, correntistas da bolsa de valores, munidos de técnicas conseguem fazer “previsões” sobre a alta ou queda dos preços, eles perceberam o padrão, a maneira como os preços se comportam em determinadas situações.




“poxa cara, tu vai falar sobre bolsa de valores? :/



Não, eu apenas citei para mostrar como os padrões são importantes (muita gente ganha dinheiro com isso). Quando se trata de idiomas, os padrões são reconhecidos com mais facilidade e você não precisa saber muitas técnicas para isso, você só precisa observar e refletir sobre o que você consegue extrair dos seus estudos.



Um idioma é a forma em que você expressa o código que está na sua cabeça. Repare uma criança (bem nova), ela não sabe ler, escrever e nem entende sobre medicina ou cálculo de juros compostos, mas a criança consegue assistir desenhos e filmes e entender, consegue dizer para os pais que ela quer ir ao parque e muitas vezes usa até argumentos inteligentes que na idade dela não é comum.



O que eu quero dizer é que você não precisa aprender tudo sobre um idioma para se comunicar, você precisa aprender apenas o que for mais necessário e em seguida ir aprendendo com calma sobre os assuntos específicos que você gostaria. “Reconhecer o padrão” pode ser traduzido como: “capacidade de perceber a necessidade” ou a “habilidade de pegar o atalho”, todos nós sabemos que precisamos nos esforçar nos estudos, mas existem formas de facilitar o aprendizado.



Um exemplo de reconhecimento de padrões:



Em 1997 um estudo foi realizado para determinar as palavras mais comuns da língua inglesa e seu percentual de ocorrência. Como resultado pôde-se perceber que as 1000 palavras mais comuns compõem cerca de 70% de qualquer texto.



Para facilitar ainda mais a tarefa os cognatos, que são as palavras parecidas em ambos os idiomas (possible e possível , por exemplo), totalizam entre 20 a 25% do total das palavras. Como o significado dos cognatos nos é de fácil compreensão, devido à semelhança com palavras do nosso idioma natal, temos então de 90 a 95% (70% + 20% = 90%) do problema de vocabulário resolvido.” (quer saber mais? http://www.dicas-l.unicamp.br/)





Veja que você não precisa fazer vários anos de curso de inglês para aprender um pouco de gramática e umas 1000 palavras, você só precisa saber que tem palavras que quase não serão usadas.



Um outro exemplo de reconhecimento de padrões são as frases que são usadas repetidamente (veja o guia de sobrevivência).



Se você aprendeu as frases básicas usadas na comunicação, repare que boa parte destas frases se multiplicam em outras frases básicas que também são fáceis de aprender.



A criança ouve a mãe dizendo: “joão, abre a porta!”, “joão, abre a janela!”

A criança percebe que sempre que a mãe diz isso, o pai vai lá e faz uma determinada ação. Uma hora essa criança vai descobrir que o pai dela se chama João e quais objetos da casa são a porta e a janela. Ela também vai perceber qual ação o verbo “abrir” executa.



Ela não precisou estudar muitos anos para aprender isso. Eu sei que nós adultos aprendemos mais devagar do que as crianças aprendem, mas a questão aqui é mostrar que a observação dos padrões e das frases que se repetem com frequência nos ajudam a saber o que nós usaremos mais e podemos então nos dedicar em aprender o necessário primeiro.



“o que é o necessário?”



Primeiro, entendendo que você já aprendeu toda a gramática básica e algumas expressões necessárias, o que resta é de acordo com a sua necessidade. Por exemplo, eu gosto de ler notícias, mangas, assistir animes e conversar com as pessoas, então eu vou procurar estar em contato com estudos que me ajudam a alcançar meus objetivos.



Se a sua necessidade é a comunicação no local de trabalho, então você deve focar na conversação e estudar materiais que tratam de assuntos do seu trabalho.



Eu falo português, mas não sei sobre física quântica. “por que?” Porque não é necessário para eu me comunicar com as pessoas que eu conheço.



Um dia eu estava refletindo sobre as palavras que eu uso nas minhas conversas (em português mesmo) e percebi que não são muitas, ou seja, se eu fosse conversar os mesmos assuntos em outro idioma eu também não precisaria ter um vocabulário muito vasto. Com isso eu percebi que a maior parte do vocabulário que a gente utiliza é para ler textos ou estudar certos assuntos.



A comunicação não requer um domínio muito grande do idioma!



Lembrem-se de como uma criança se comunica, não é muito intelectual mas é o necessário. O vocabulário mais complexo a criança aprende quando ela vai para a escola, aprende a ler e passa a ter acesso aos livros.





Uma outra coisa que eu percebi é que a gente aprende vocabulário, consegue ler mas na hora de ouvir ou falar parece que some tudo.



Isso acontece porque nós memorizamos a grafia das palavras mas não prestamos muita atenção ao som, por isso é importante praticar a audição a fim de acostumar o cérebro com os sons do novo idioma. Quando você lê muito mas ouve e fala pouco, você acaba memorizando mais a grafia do que o som. É por isso que a gente tem aquela sensação: “quando ta escrito eu entendo tudo, mas se eu ouvir a mesma coisa parece que eu não entendo nada”.



Recentemente, eu comecei a praticar a fala no que diz respeito a falar sobre um determinado assunto. Pronunciar as palavras durante a leitura é importante para ouvir se você estar pronunciando certo, mas durante a leitura o seu foco está na grafia e não no som, então é necessário ouvir e falar sobre coisas.



Um exemplo: eu queria falar sobre violino, é um instrumento legal, eu toco, então seria uma boa aprender a falar sobre esse assunto. Então eu fui na wikipedia e pesquisei um texto sobre o violino (em japonês). Li, traduzi o que eu não sabia e comecei a memorizar o começo do artigo (um parágrafo, eu acho). Li e reli até conseguir dizer o texto sem olhar para ele.

O resultado é que eu conseguia falar aquelas frases (memorizadas) sobre o assunto que eu gosto. Eu aprendi vocabulário e memorizei frases úteis naquele assunto.



“tu decorou? Assim não tem graça.”



A graça está aí, tudo que a gente aprende, primeiro a gente decora, o processo de memorizar e aprender vem com o tempo.



Se alguém me perguntar (em japonês) como é que se toca o violino, eu posso sorrir e dizer:



あー、 バイオリンはね、 ストリングを  ゆみ ゆび などで しんどう させる こと よって おと だす。

(ah, o violino, se produz o som pela oscilação das cordas usando um arco os os dedos.)



Está memorizado e por eu ter focado mais no som do que na grafia, eu consigo escrever e falar (que costuma ser mais difícil).



Há um senso comum em relação ao aprendizado de idiomas que diz que: “para falar bem deve-se escutar bastante e para escrever bem deve-se ler bastante”.



Não está errado, mas eu acrescento que se você já sabe ler e escrever, tudo o que você aprender a falar você vai conseguir escrever, ou seja, quando memoriza uma frase para falar, você está praticando a sua capacidade de expressão que também pode ser usada para escrever (basta transformar o som em grafia).



A fala é muito importante, ajuda a memorizar melhor, melhora sua capacidade de expressão (que pode ser ser usada na hora de escrever), ajuda na audição (você precisa memorizar a pronúncia das palavras), ajuda a perder a timidez (porque todo muito erra na hora de falar por ter vergonha de errar) e te ajuda a usar o idioma que está na sua mente (capacidade de se expressar).





Eu quis trazer essa reflexão, que embora pareça óbvia em algumas partes mas é importante para colaborar com o entendimento que vocês possuem sobre o processo de aprendizado. Quem souber de alguma idéia legal que deseje compartilhar é só comentar.





Que Deus abençoe os nossos estudos!



Um abraço.

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